Vivência Virtual 360º - Sesc Registro, SP. 2021.

 O projeto Vivência Virtual 360º propõe uma visitação on-line ao Sesc Registro,  apresentando alguns pontos da unidade a partir de imagens e textos. O mural e a escadaria que pintei por lá em 2019 aparecem nesse rolê virtual juntamente com textos produzidos por Fernanda Carneiro, educadora e historiadora da arte.




Emol é artista visual, educador e errante, sem residência fixa. Pensar nisso nos permite deslumbrar um corpo que está em constante contato com contos, causos e histórias dos lugares por onde passa. 

As suas experiências criam uma cartografia poética: a partir do saber local emergem personagens que irão compor esse multiverso imagético. A pintura nas escadarias que dão acesso a marquise é um desdobramento do mural que fica ao longo do Rio Ribeira de Iguape. 

A escadaria como continuidade narrativa, desembola a linha de pipa, nos fazendo ver o hoje, mas ao mesmo tempo rememorando o ontem. Desvela na pintura traços e cores vivas, como uma forma poético-política de resgate da memória, exercício de fazer com que nos reaproximemos de nossas raízes ancestrais e das comunidades locais. 

O desenho que vai se compondo na escadaria nos remete a um guardião, que cuida do equilíbrio e manutenção da natureza. Aquele que nos olha e concede sabedoria diante dos desafios. Se pensarmos que a escadaria se volta para o rio, local de tantas histórias, talvez seja o guardião das memórias e lembrete que tudo viu e tudo vê.



A composição do artista visual Emol é um dos maiores murais do Sesc-Registro, com cerca de 50m. Em seu trabalho é possível ver a presença constante de grafismos de povos originários do Brasil e símbolos adinkras – uma forma de escrita desenvolvida pelos povos Akan que ocupam as regiões africanas de Gana e Costa do Marfim. 

Para homenagear as populações originárias e quilombolas da região do Vale do Ribeira, o artista escolheu símbolos adinkras que estão dispostos na parte superior de três personagens. Dessa poética, cria uma grandiosa narrativa de resistência, luta, permanência e cooperação que são representadas pelos símbolos. 

Emol entende a sua produção como “antena e raiz", uma forma de resgatar a ancestralidade e transmiti-la por meio dos traços, linhas e cores que mostram a vivacidade dessas culturas e as tornam protagonistas de suas narrativas. O artista cria uma ambiência entre seu trabalho e o entorno que leva o espectador a contemplar a vista, mesmo depois que o mural se encerra. A sensibilidade de criar essa transição de forma suave é um processo de simbiose, de estudo do espaço e de conexão do mural com o rio.




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Publicado em 25/03/2021.

Aprendizados com Conceição Evaristo em Ponciá Vicêncio.


 Durante a produção de pinturas tenho praticado o tempo da experiência, sem pressa e com as pausas necessárias. Sinto a necessidade de cuidar para que esse tempo da experiência não seja agredido pelo tempo do relógio ou do calendário. “O humano não tem força para abreviar nada e quando insiste colhe o fruto verde, antes de amadurar”.


A leitura de Ponciá Vicêncio reforça em mim essa ideia, entre outras que desperta, e de alguma forma percebo sua história em minhas pinturas. Percebo-me interrompendo o manuseio da arte e perseguindo “o manuseio da vida, buscando fundir tudo num ato só.” Futuro e passado são como linha de pipa embolada diante de meus pés, se fazendo presente a ser praticado.

O texto de Conceição é algo tão íntimo para mim, tão próximo da história que sinto dar continuidade, que fui espontaneamente partilhar com minha mãe, ler alguns trechos do livro para ela que nunca leu um. Li e me pus a ouvir as histórias antigas, das roças de Minas Gerais, do tempo das bonecas feitas de espigas de milho, de guardar o fogo sob as cinzas, de raspar o tacho dispensando o zinabre, de meu tio que também via o próprio vazio. Assim, Conceição Evaristo, nesses momentos de minha escuta diante de mamãe, se tornou para mim mais uma tia em volta do fogão à lenha, tomando café em cuia de coité e contando os causos junto com vovó e as primas mais velhas.

É dessas histórias que trago no passo, que faço minha poesia, sentindo a linha construída pelo encontro das cores, como as experiências que se sobrepõem em mim. Sigo compreendendo a vida e buscando entende-la como "matéria argamassa de outras vidas".


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Publicado em 25/03/2021.

A casa do Jardineiro Louco

A casa do Jardineiro Louco é uma narrativa fotográfica desenvolvida a partir de uma residência artística em Fortaleza, Ceará, de setembro a novembro de 2016 e publicada digitalmente em abril de 2020. O Jardineiro Louco era o personagem de Alexandre Ruoso, quem afirmava que dar pousada a viajantes também era uma forma de viajar. Fui um destes que pousou por lá. Alexandre atuava com permacultura nas ruas do bairro onde vivia, também aplicando esses princípios no quintal de sua casa, dando continuidade ao plantio e preservação iniciados e também mantidos por sua mãe, Karin Narloch, moradora do mesmo quintal.
A casa do Jardineiro Louco traz meu olhar para a ambiência que vivenciei por dois meses, tendo o residir, morar, habitar, como questões presentes para mim, vivendo de forma errante.

Gracias a Alexandre pelo galho, a Karin e Sergio pelas raízes que sustentam essa árvore, a Lino, o pequeno broto e suas surpresas, a Nalu Rosa e Renan Teles pela atenção do olhar crítico e poético regando em mim novas percepções deste buquê que preparei sem arrancar as flores. Desejo que frutifique.

Capa, fotos e projeto gráfico por Emol
58 páginas
Textos citados na publicação extraídos de 
A poética do espaço de Gaston Bachelard.


Clique na imagem para ver a publicação na íntegra no site Issuu
para fazer download em PDF clique aqui 






Publicado em 29/04/2020

Revista O Menelick 2° Ato - 21º edição

Sobonfu Somé diz em O espírito da intimidade que “a comunidade é o espírito, a luz-guia do povo, é onde as pessoas se reúnem para realizar um objetivo específico, para ajudar os outros a realizarem seu propósito e para cuidar umas das outras. O objetivo da comunidade é assegurar que cada membro seja ouvido e consiga contribuir com os dons que trouxe ao mundo, da forma apropriada. Sem essa doação a comunidade morre. E sem a comunidade, o individuo fica sem um espaço para contribuir”.
É como me sinto ao participar com meu trabalho na revista O Menelick 2º ato, lançada em fevereiro/2020 em São Paulo, parte de uma comunidade na qual compartilho e recebo as dádivas das outras.

A imagem publicada é de uma pintura que realizei exclusivamente para esta 21ª edição da revista a partir da palavra emergência como ideia síntese. Emergência quanto aquilo que emerge, sobe, aflora, brota e também a urgência, crise, gravidade.

O conteúdo da revista pode ser acessado na íntegra a partir da publicação digital clicando aqui.







Publicado em 15/03/2020

Pintura na escadaria do Sesc Registro, SP, 2019.

A pintura da escadaria do Sesc na cidade de Registro, interior paulista, aconteceu como desdobramento do mural realizado anteriormente na mesma unidade, pensando possíveis diálogos de minha poética com as comunidades locais e suas ancestralidades.





flyer de divulgação da atividade


Publicado em 01/02/2020

Pintura Mural no Sesc Registro, SP, 2019.

Mural de aproximadamente 50 metros de extensão realizado na cidade de Registro, interior de São Paulo, em colaboração com o artista Célio Ricardo pela colaboração.


Detalhes do mural:







flyer de divulgação da atividade



Publicado em 19/02/2020


Beni, o inventador de mundos por João do Coutro e Emol, 2020.

Beni, o inventador de mundos é um livro infantil escrito por João do Couto e ilustrado por Emol, quem também fez a capa.

Beni é um menino que tem facilidade de inventar mundos, inclusive um onde "o tempo não passa, o que passa é a vida."

Beni, o inventador de mundos.
R$ 25,00 com frete incluso para todo país.

Capa colorida em papel cartão 300g com verniz fosco.
Miolo preto e branco em papel offset 150g.
Tamanho 21 x 21 cm
28 páginas.










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Publicado em 25/03/2021.

Ação educativa na Escola Estadual Brasílio Machado, SP, 2019.


A ação educativa se inicia a fim de aguçar nas crianças a leitura do mural que realizei no pátio da EE Brasílio Machado, em São Paulo, e apresentar outras possibilidades de se pensar e produzir pintura. Tratamos dos elementos que compõe esta linguagem a partir de exercícios práticos de observação e leitura de imagens, criação individual e coletiva, trazendo as interpretações destas através da fala e da expressão corporal.
Esta atividade foi realizada com o apoio da professora de artes Tânia.
















Publicado em 19/02/2020

Exploradorxs, ação arte-educativa em São Paulo, SP.

Atividade com crianças e professoras da Escola Municipal de Ensino Infantil Pedroso de Moraes, em São Paulo, propondo uma exploração do espaço urbano em busca de pistas que levam a encontrar um segredo contido no Instituto Tomie Ohtake. A ação Exploradorxs aguça a curiosidade e atenção das participantes para elementos urbanos no trajeto entre a escola e o instituto, dialogando com a história da artista que nomeia a instituição
Projeto elaborado em conjunto com Bruno Coltro, Julia Cavazzini e Luara Carvalho.


Ponto de partida; EMEI Pedroso de Moraes

Mapa elaborado coletivamente e desenhado/pintado por Bruno Coltro pontuando as pistas a serem encontradas no caminho.
Crianças encontrando uma das pistas contidas no mapa

Outra pista contida no mapa, um hidrante; estamos no caminho certo!
Desta vez tinha uma mensagem escondida em uma das pistas que o mapa indicava.
Professora lendo a charada que leva a outra, já dentro do Instituto Tomie Ohtake

Uma nova charada encontrada que orienta a encontrar novas pistas que revelarão a pessoa que sabe onde está o segredo. 
Encontrada mais uma charada que é parte de um quebra-cabeças 

Charadas

Juntando as pistas
Revelada a pessoa que sabe em qual sala do instituto podemos encontrar a última pista; Fernanda Beraldi e suas calopsitas.
O segredo é revelado através de uma mensagem enviada por vídeo. Agora as crianças precisam fazer um escolha.

Publicado em 19/01/2020