Sarau Vai Dar Certo - 10 anos

Em novembro teremos Vai Dar Certo - Sarau Diverso nas escolas de quebrada. Poesia, resistência e diversão, celebrando a vida, festejando o direito de lutar e lutando pelo direito de festejar.









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25/10/2023

Seminário Estéticas das Periferias

A imagem abaixo é um fragmento do mural que produzi em Santo André - SP junto ao projeto Lab Urbe. Esta imagem está presente na publicação Seminário Estéticas das Periferias, ilustrando a página de abertura do capítulo “A convergência da academia com a periferia”. O seminário aconteceu em 2021 e a publicação impressa foi lançada em agosto de 2023 pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) em parceria com a ONG Ação Educativa. Com projeto gráfico e diagramação por @bete.nobrega  e participação de artistas como @carolinaitza + @soberanaziza + @difavela_arte  + @dinasmiguel entre outres, a publicação também está disponível para visualização e download no link a seguir:

https://drive.google.com/file/d/1hbduPVTgyaJYnk2TUR4nDxnGQI91SZJV/view







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27/08/2023

Graffiti e identidade

Mais fotos e o texto na íntegra podem ser visualizados em https://www.emol.art.br/projetos/graffiti

Texto e fotos por Emol, exceto a foto da imagem 9, feita por Michel Cena7.

Estética da fachada, citado no texto-imagens abaixo, é uma expressão utilizada por Marcia Tiburi em “Para questionar a estética da fachada”.













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26/07/2023

Processos da pintura

Em um post anterior, eu dizia sobre os tons terrosos de minha paleta atual e o chão que piso. Lembrei que foi por essa experiência de errar pelo país, morando temporariamente em diferentes cidades desde 2009, que vivenciei a Ceilândia - DF. Foi precisamente nas quebradas do Sol Nascente, que essa paleta principiou com intensidade empírica na minha pintura. Naquele momento eu circulava pela cidade constatando a paisagem de terra, ferro e carne, que tanto me impactou em Branco sai, preto fica; filme de Adirley Queirós. Creio que foi pelos passos que levantavam poeira ou temiam o tombo na lama escorregadia, que essa paisagem me percorreu dos olhos aos calcanhares e, junto ao chamado do espírito, resultou nessa primeira pintura usando tons amarronzados e metálicos.











1 e 3 - Pintura acrílica sobre papel, 28 x 21 cm, sem título (id. A073), 2017;

2, 4 e 5 - Fotos que fiz nas ruas do Sol Nascente, bairro da Ceilândia – DF, em 2017;

6 - Retalho de papel com manuscrito “viver para ter o que contar”;

7 - Caderno de viagem, aberto em página dupla produzida com colagens de materiais gráficos recolhidos nas ruas do DF, contendo imagem do filme Branco sai, preto fica;

8 - Fala do personagem de Branco sai, preto fica;

9 - Cena de Mato seco em chamas, filme de Adirley Queirós e Joana Pimenta;

10 - Canhoto de ingresso de cinema.

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19/07/2023

Processos da pintura

Até aqui, meu processo de pintura tem partido do desenho e na pintura da foto acima, priorizei linhas que convergem para o centro. A ideia surgiu de uma pintura anterior, onde diagonais remetiam ao interior da imagem e me lembraram da frase: arrancar as cascas para acessar o cerne. O sentir como ponto que radia o pensar, decidir e agir, mas também uma sabedoria do caminho que valoriza o que nutre e dispensa o que já não serve, como beber a água e comer a poupa do coco, mas descartar as cascas.

A paleta dessa pintura tende para tons terrosos. Sobre isso, recordo os versos que escrevi há algum tempo: minha pele é a bandeira que sustento, nação tem a ver com suor em comum; e uma fala de Makota Valdina: “(...) essa força que vem do alto, é porque já ressurgiu (...), mas a força vem de baixo. É embaixo que está toda nossa ancestralidade. A gente vive nesse mundo que a gente vê, que a gente toca, mas o mundo invisível é como que esse mundo imerso, que tá embaixo da terra, nosso mundo ancestral.” Tenho pensado relações simbólicas desses tons com a cor de minha pele, com minha ancestralidade encoberta e com o chão que piso como errante. A espiritualidade que não se desvincula do corpo, que propõe a consciência de si como entendimento de que sou parte de um todo, requerendo atenção nas relações entre eu e eu, eu e os meios social e ambiental, eu e os mistérios que a razão não alcança.

Gosto de pensar na prática da pintura como gesto na construção de si, ou seja, como metáfora para a espiritualidade, por me perceber nos processos e resultados, por ler os contextos nas entrelinhas, analisar e rever ou afirmar ideias.











1: Pintura acrílica e spray sobre tela sem chassi, 80 x 60 cm, sem título, 2022

2: Esboço do desenho que foi decalcado sobre a tela de pintura

3: Retalho de papel com manuscrito “arrancar as cascas para acessar o cerne”

4: Anotação da ideia que originou a pintura.

5: Makota Valdina em fotografia de Pedro Aspahan

6: Dizeres de Makota Valdina, retirada de vídeo: “Meditando sobre o revelado, pensando no que o chão me diz”

7, 8, 9 e 10: Detalhes aproximados da pintura


28/03/2023

De volta ao ateliê

Após produzir mais um sarau Vai Dar Certo, tô de volta ao ateliê para novos mergulhos no espelho, mirando o umbigo pra falar do mundo. Como um rio que corre, eu sou porque nós somos!




Foto 1: Emol pintando telas em seu ateliê temporário em Fortaleza, Ceará.

Foto 2: Retalho de papel com manuscrito “umbigo; uma cicatriz que não me deixa esquecer que sou parte do todo, continuidade e interdependência.”

Foto 3: Foto por Reuters/Mike Hutchings apresenta Nelson Mandela sorrindo.

Foto 4: Frase dita por Nelson Mandela, retirada de vídeo: “A questão é: o meu progresso pessoal está a serviço do progresso da minha comunidade?”


09/03/2023

Curió

Ontem (20/06/2023) começou o julgamento de quatro dos 34 réus envolvidos na Chacina do Curió em 2015, crime cometido por policiais militares que assassinaram 11 pessoas e deixaram sete feridos nesse bairro de Fortaleza. Em junho também foi divulgado o aumento de mortos por intervenções policiais no Ceará* em relação ao primeiro semestre do ano passado. Por isso, publico novamente aqui a pintura mural que realizei na mesma região poucos meses após o ocorrido, junto ao texto que veiculei com a imagem nas redes digitais, ambos tratando dessa questão e novamente lembrando a necessidade de ser discutida a desmilitarização da polícia militar.

*Fonte: CE TV de 19/06/2023, citando Comitê de prevenção e combate à violência da Assembleia Legislativa.