Antologia volume 2 é a refeição da vez. Saudável. Preparada lá no fundo. No fundo não, no Fundão (do Ipiranga e do coração). Nesta periferia também com bares aos milhares, há um sereno que tem mais que remédio e veneno. No Bar do Boné tem literatura como principal porção. Porção que sustenta a evolução da mente humana que profana contra os deuses da ignorância. Sustância.
No Bar do Boné a Perifatividade é Sarau. "Social, político, racional, racial". É organização. É ousar propor contra a dor da injustiça que fere a cada pedido de paz que não admitimos. Pois somos de guerra e agora atiramos também com prosas e poesias. Afinal, “en la lucha de clases todas las armas son buenas; piedras, noches, poemas”.
Abaixo segue flyer, imagens do livro por Thomas Losada e meu poema publicado
Doce Infância
O tempo
Tinha cheiro de brinquedo novo
Descoberto a cada dia
Como figurinha em envelope
Apenas preenchia a vida
E a alegria
Reluzia como pão doce
Sem força pra carregar
Peso na consciência
Nem polícia pra prender
Ladrões de sorrisos
Disparando gritos de inocência
A meninice era tudo que quisesse
Maradona se três dentro fosse
Tafarel se três fora desse
Era compositor de gererê
Piloto de capucheta
No chão o palavrão
Escrito com vareta
O balão era mágico
E os sonhos
Como bolas de sabão
Bailavam no ar
Namoro era fácil
No meu olhar
Sem ela sequer saber
E sem beijo
Porque gostoso mesmo
Era doce de leite com queijo
* Postado em 15/03/2013
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